Usar a comunicação como ferramenta para consolidar o posicionamento estratégico do IRELGOV como think tank e promover o debate em torno das relações governamentais e institucionais no país. Estes são os objetivos da área de comunicação do instituto. Confira a seguir os principais pontos da entrevista com os representantes da área, o conselheiro Thomaz D’Addio e a diretora Marcela Tullii.
1 – Conte um pouco sobre sua trajetória profissional/formação acadêmica e como isso contribui com sua missão no IRELGOV?
Marcela Tullii – Minha graduação e mestrado são em ciência política. Comecei com um estágio na consultoria Prospectiva na área de negócios internacionais. Depois, fui para o governo em mais de uma ocasião, onde atuei como gestora das PPPs (Parceria Público-Privadas). Atualmente estou como head de Engajamento Nacional da 99, uma plataforma de mobilidade, o que me permite trabalhar com uma pauta que me é muito cara, a de cidade. Sempre transitei entre o setor privado e a área pública e acho que isso me rendeu uma capacidade de ver os dois lados da questão.
Thomaz D’Addio – Minha graduação e mestrado são em Gestão de Políticas Públicas. Comecei trabalhando na Prefeitura de São Paulo e desde 2012 trabalho em consultorias, tendo passagens pela Edelman, Prospectiva e Ágora. Desde então tive a oportunidade de trabalhar com diferentes setores como saúde, infraestrutura, concessões e mobilidade. Minha vivência em consultorias permitiu o olhar crescentemente integrado entre relações governamentais e comunicação.
2 – Quais são os principais desafios e metas da sua diretoria no IRELGOV e como pretendem alcançá-los? Quais temas pretendem priorizar?
A área de comunicação é uma área de apoio e no IRELGOV tem como meta fortalecer os objetivos do instituto como um think tank. Não são poucos os desafios: incrementar a visibilidade do IRELGOV, aumentar a base de associados, tornar o instituto mais presente nos debates sobre a atividade, dar mais tração e cadência ao podcast.
Também pretendemos fazer um plano de reputação e, quem sabe, renovar a identidade visual, um presente pelos dez anos de existência do instituto.
3 – Como vocês enxergam o papel do IRELGOV para o universo das relações governamentais?
Marcela Tullii – Comecei em 2010 quando, no Brasil, a profissão ainda precisava se entender. Muitos atuavam na área porque percebiam que precisavam conversar com o governo para que seus negócios prosperassem. Hoje o cenário é diferente: há até cursos específicos. Precisamos lançar mão de novas práticas, desenvolver a utilização de dados. Temos que trabalhar por um melhor posicionamento do relgov no país, com uma atuação mais sofisticada, que vá além de uma associação representativa.
4 – A nova diretoria é liderada por duas mulheres. Qual o significado desse fato na luta por condições mais igualitárias na sociedade e no mercado de trabalho?
Nos dias atuais, nossos interlocutores ainda são, em sua maioria, homens com mais de 50 anos de idade. Consequentemente, acho muito importante que a face pública do instituto seja formada por duas mulheres. Isso representa uma significativa ampliação dos horizontes de atuação feminina, mostra como as mulheres cresceram, tanto nas empresas quanto em suas carreiras.
Favorece também o aparecimento de um olhar diferenciado, que concilie os desafios do mercado de trabalho com os familiares, como ser mãe sem deixar de ser uma profissional respeitada. Vamos falar sobre temas que são transversais, mas nem por isso menos importantes.
5 – Indiquem uma sugestão de livro de cabeceira que você julgue útil para a profissão de relgov.
Marcela Tullii – “Legislativo brasileiro em perspectiva comparada”, de Magna Inácio e Lucio Rennó
Thomaz D’Addio – “Talking politics”, de William Gamson.