As relações entre os profissionais de relações governamentais e as áreas de compliance e jurídica foram o tema da última mesa-redonda do congresso, mediada pelo sócio-diretor da Midfield, Carlos Parente.
“Hoje acredito que as duas áreas têm que ter equilíbrio”, afirmou Ana PaulaCarracedo, Chief Compliance, Risk & Audit Officer da Qualicorp. Para ela, não é mais possível reproduzir os modelos do passado. “As relações têm que ter formalismo. Não dá mais para ser um compliance que diz não pelo não. É preciso argumentar”.
Para Olga Pontes, especialista em governança, risco, compliance e auditoria é legitimo que cidadãos e empresas queiram se relacionar com agentes públicos. “Não é um pecado. Faz parte da democracia. No entanto, é preciso ser transparente e estabelecer regras. Até porque será pouco provável conseguir identificar um colaborador da empresa que se reuniu com um agente público e
não reportou”.
Vanessa Vilar, General Counsel Brazil da Unilever, revelou que a responsabilidade é de todos os colaboradores, pois trabalham como um conjunto. “Todos vendemos Dove e Hellmann’s. Todas as áreas são igualmente importantes e devem seguir os três pilares do compliance da empresa – prevenção, repressão e treinamento. O conhecimento e a obediência a esse conjunto de normas ajudam a companhia a se manter em um alto padrão de conformidade”.
“A ideia principal do compliance é pensar linhas de defesa sucessivas. Ele é a segunda trincheira”, disse Silvia Helena, Risk & AML Officer Latam da Meta. “Existimos para que as relações sejam construídas com integridade. O compliance atuava muito olhando para o passado pelo retrovisor. Hoje planejamos de forma a evitar problemas futuros. Os executivos já perceberam que estamos ali para ajudar, chegamos até a alinhar o conteúdo da conversa com o poder público, por
exemplo”.