A tecnologia tornou o trabalho do relgov mais complexo. Antes, tudo ficava restrito ao mundo de Brasília e ao caderninho de telefones. Hoje é preciso avaliar redes e entender de métricas. “Aqueles que trabalhavam à moda antiga já se aposentaram”, afirmou Fábio Rua, diretor de Relações Governamentais para a América Latina e Líder Global de ESG Policy da IBM. “Atualmente os políticos usam o YouTube e o Twitter como plataforma para se dirigir ao público e o profissional precisa se atualizar”.
Para ser ouvido, é preciso provar que é íntegro – e a transparência se torna uma qualidade essencial. “Essa clareza tem que estar presente na forma de comunicar. O relgov é protagonista, se posiciona, representa a empresa publicamente. Faz a sociedade entender quais são seus temas estratégicos. No entanto, o profissional que só defende o interesse da empresa talvez não tenha vida longa. Quem ficava em Brasília apenas para conseguir benefícios fiscais para sua empresa não encontra mais espaço”.
Rua ressaltou que atualmente a informação é bem mais poderosa do que no passado e quanto mais compartilhá-la, mais influência. A capacidade de usar dados e plataformas de forma inteligente aumenta as chances de impactar e melhorar o país. “Cabe ao relgov saber como se posicionar. Talvez se pronunciar mais tenha riscos, mas seremos mais eficazes. As redes sociais estão umbilicalmente ligadas à capacidade das empresas de se comunicarem e serão ferramentas fundamentais nesse século XXI que começa agora, após a pandemia”.