A ‘Regulamentação de IA: caso europeu e britânico’ foi tema central da reunião do GT realizada no dia 24 de novembro, que teve participação da convidada Ella Fallows, head of Public Affairs na Weber Shandwick.
No primeiro tópico da reunião, foi abordada a regulação da inteligência artificial (IA) no Brasil e no Reino Unido. Enquanto o Brasil ainda está nos estágios iniciais de desenvolver uma abordagem regulatória para a IA, o Reino Unido já avançou significativamente, tendo publicado um white paper detalhado sobre o assunto. A discussão abordou como cada país está se adaptando às mudanças e desafios trazidos pela IA, destacando a importância de acompanhar as tendências internacionais, especialmente as dos Estados Unidos e da Europa. Também foi ressaltada a necessidade de adaptar as práticas internacionais às realidades culturais e sociais específicas de cada país.
“Acho que é seguro dizer que não existe realmente uma estrutura regulatória em vigor, e temos várias organizações diferentes defendendo seus argumentos, cada uma com sua opinião sobre os impactos da IA e a necessidade de regulamentação naquele espaço. Não é um processo simples pois existem muitos atores envolvidos”, ressaltou Ella Fallows.
O segundo ponto focou no papel das empresas de tecnologia na formulação de políticas de IA. Elas não são apenas influenciadoras ativas no processo regulatório, mas também fornecem insights valiosos com base em sua experiência prática. Além disso, abordou-se a importância da educação pública sobre os riscos e benefícios da IA. No Reino Unido, por exemplo, há uma percepção geral positiva do tema, com um foco especial em seus benefícios para a automação e a melhoria de processos. Esta parte da reunião destacou a necessidade de uma comunicação clara e educacional para moldar a percepção pública sobre esta nova tecnologia. “A melhor proteção contra notícias falsas é a educação preventiva e contínua de que essas situações existem. É preciso garantir com uma certa frequência que as pessoas que verificaram os arquivos pensem sobre isso e identifiquem o que pode não parecer certo”, apontou.
Finalmente, os participantes discutiram os desafios de regulamentar um campo tecnológico em rápida evolução como a IA. Eles reconheceram a necessidade de encontrar um equilíbrio entre promover a inovação e garantir a segurança e a ética no uso da nova tecnologia. O futuro da IA e o impacto potencial das mudanças políticas governamentais também foram temas de destaque. Foi sugerido que novas abordagens e regulamentos podem surgir, influenciados pelas mudanças no panorama político e pelas inovações contínuas no campo da IA. “Quando a gente fala de forma geral sobre regulamentações tecnológicas, costumamos ter leis muito amplas para não sufocar a inovação, para não fazer com que elas fiquem paradas por causa da legislação. Nesse ponto, os órgãos reguladores são mais rápidos para poder determinar os detalhes técnicos”, afirmou Fellows.
No caso do Reino Unido, Ella também ressaltou que há uma tendência em se considerar o modelo anti-regulatório e pró-inovação para encarar a gestão dos riscos da IA. “Devemos sempre lembrar que essas tecnologias trabalham com base na contribuição humana, o que é incrível e nos ajuda a melhorar rapidamente os processos e entregar resultados melhores para as pessoas, de forma geral”.