Nesta Edição

ABERTURA

O GT de Tendências e Boas Práticas em Relações Governamentais, liderado por Thaís Zschieschang, e com apoio de Guilherme Esteves, teve como objetivo discutir as habilidades e condutas esperadas dos profissionais de relações governamentais, bem como explorar o futuro das agendas de sustentabilidade, tecnologia e diversidade no setor. Em nossos encontros, abordamos a intersecção desses temas, destacando como eles impactam e moldam as práticas de Relações Institucionais e Governamentais (RIG).

Em nosso primeiro encontro, recebemos Diogo Brunacci, que nos apresentou uma perspectiva detalhada sobre o papel crucial da tecnologia nas RIG. A tecnologia emergiu como uma aliada indispensável, facilitando monitoramento, mapeamento e análise de dados essenciais para a tomada de decisões estratégicas.

Diogo ressaltou a necessidade de equilibrar cuidadosamente os custos e benefícios do uso dessas ferramentas, destacando que, quando utilizadas adequadamente, elas ampliam a capacidade de resposta das organizações, possibilitando a criação de estratégias mais informadas e adaptáveis.

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Thaís Zschieschang
Cofundadora do Delibera Brasil,
pesquisadora em Inovação Pública pela PUC/SP
e líder do GT Tendências e Boas Práticas
em RELGOV do IRELGOV

No entanto, ele também alertou sobre os desafios que a crescente dependência tecnológica impõe, como a sobrecarga das equipes e o risco de desconexão entre a estratégia digital e as necessidades reais das partes interessadas.

Nosso segundo encontro contou com a participação de Vitor Oliveira, que trouxe uma reflexão sobre a crescente complexidade das relações institucionais. Ele enfatizou a importância de atuação em redes e coalizões de forma planejada, destacando que, quando bem estruturadas, essas redes permitem a combinação de diferentes ferramentas e metodologias para alcançar resultados mais eficazes. Vitor também apontou os desafios associados à formação de coalizões, como a sobrecarga administrativa e a necessidade de manter a legitimidade e o foco estratégico. Ele ressaltou que a coordenação eficaz e a clara definição de papéis são essenciais para maximizar os benefícios dessas coalizões, além do uso estratégico de ferramentas de comunicação e mobilização, especialmente nas redes sociais.

A defesa da democracia, do Estado Democrático de Direito e das agendas de sustentabilidade foi o tema central de nosso terceiro encontro, com participação de Marcos Woortman. Ele destacou que esses princípios são fundamentais nas RIG, pois garantem a transparência, legalidade e equidade nas tomadas de decisão. Marcos reforçou a importância da incorporação de princípios de ESG (Environmental, Social, and Governance) e do desenvolvimento sustentável ao processo decisório, ressaltando que tais práticas não apenas promovem o diálogo entre diferentes setores da sociedade, mas também asseguram que as políticas públicas reflitam os interesses e necessidades reais da população. Em tempos de crescente polarização política, a defesa desses princípios torna-se ainda mais crucial para manter a integridade das instituições e assegurar que as decisões sejam tomadas com base em critérios técnicos, legais e éticos.

O tema da diversidade e inclusão foi abordado em nosso quarto encontro por Raiane Paulo, que discutiu a relevância de se fomentar políticas públicas abrangentes e eficazes por meio da valorização da diversidade de saberes e perfis dos profissionais de RIG. Ela destacou como a pluralidade de experiências e formações enriquece o processo decisório, garantindo que as soluções propostas sejam inovadoras e representativas de toda a sociedade. A diversidade territorial, por exemplo, permite uma compreensão mais aprofundada das realidades regionais e das especificidades locais, facilitando a criação de políticas públicas ajustadas às diferentes realidades do país. Raiane concluiu enfatizando que, ao valorizar a diversidade, principalmente de raça e gênero, as RIG demonstram um compromisso com a justiça social, sustentabilidade e respeito às diferenças, elementos fundamentais para o fortalecimento da democracia e do desenvolvimento sustentável.

Inovação e tecnologia em relgov

Determinar os impactos da inovação e da tecnologia nas relações governamentais foi o tema da primeira reunião do GT (Grupo de Trabalho) Tendências e Boas Práticas em Relações Governamentais, promovida pelo IRELGOV no dia 18 de abril.

Liderada por Thais Zschieschang, líder do GT, teve como convidado principal Diogo Brunacci, diretor sênior de Relações Governamentais e Políticas Públicas para a América Latina da Oracle.

Durante a reunião, Diogo abordou a importância do setor de tecnologia e seu impacto transversal em diversos outros setores e destacou como a complexidade da regulamentação no setor tecnológico, combinada com a necessidade de formação de mão de obra qualificada, cria um cenário único para profissionais de relgov.

“Inteligência artificial e segurança cibernética são alguns dos temas fundamentais não apenas para o desenvolvimento da tecnologia, mas também para o posicionamento estratégico do Brasil no cenário global”
Diogo Brunacci
Diretor sênior de Relações Governamentais e Políticas Públicas para a América Latina da Oracle

Entre os tópicos abordados, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a inteligência artificial, a segurança cibernética e a soberania de dados foram consideradas cruciais para o futuro do setor. “Essas áreas são não apenas fundamentais para o desenvolvimento da tecnologia, mas também para o posicionamento estratégico do Brasil no cenário global”, afirmou.

Outro ponto importante da reunião foi a ênfase na criação de uma comunidade de práticas por meio do networking e da troca de conhecimentos entre os profissionais de Relações Governamentais. Brunacci incentivou o uso de plataformas digitais, como LinkedIn e Discord, para manter essa interação tanto de forma presencial quanto virtual, ressaltando a importância de se formar uma massa crítica que contribua para o crescimento e desenvolvimento da área.

Coalizões, desafios e vantagens

No dia 17 de maio, aconteceu a segunda reunião do GT de Tendências e Boas Práticas em Relações Governamentais. Com o tema “Tendências de Lobby Institucional e Coalizão”, o encontro destacou a importância de entender as diferentes ferramentas e metodologias necessárias para uma atuação eficaz no contexto de coalizões e teve como convidado Vitor Oliveira, especialista em Relações Governamentais e diretor da consultoria Pulso Público. 

“A transparência não é apenas ética, é fundamental para manter a confiança do público”
Vitor Oliveira
Especialista em Relações Governamentais
e diretor da consultoria Pulso Público

Renard Aron enfatizou a necessidade de coordenação entre comunicação e relações governamentais para maximizar a efetividade das estratégias de advocacy

Ele apontou que, nos Estados Unidos, há uma tendência crescente de empresas evitarem se posicionar publicamente sobre temas sociais e políticos devido ao risco de retaliação, enquanto no Brasil as empresas sempre foram mais relutantes em participar desses debates.

A reunião ressaltou a importância de adaptar as estratégias de comunicação às realidades locais e aos contextos culturais e políticos de cada país.

Além disso, foi discutido o uso de influenciadores e campanhas de marketing para promover ideias e políticas públicas. Para Aron, embora essa prática possa ser eficaz, deve ser transparente para evitar a manipulação do público. “A transparência não é apenas ética, é fundamental para manter a confiança do público”, afirmou.

A reunião concluiu com uma reflexão sobre o equilíbrio entre a simplicidade na comunicação e a profundidade do conhecimento técnico, especialmente em temas complexos como a reforma tributária. A discussão reforçou a necessidade de uma abordagem integrada e estratégica, que combine relações governamentais e comunicação, para enfrentar os desafios atuais e moldar a opinião pública de maneira eficaz.

Agenda socioambiental: reflexões para o futuro

A terceira reunião do GT Tendências e Boas Práticas em Relações Governamentais, do IRELGOV, no dia 28 de junho, trouxe à tona uma discussão essencial sobre os desafios da democracia no Brasil e no mundo, com foco na complexidade das transformações sociais, políticas e econômicas em curso. 

O convidado principal, Marcos Woortmann, diretor adjunto do IDS (Instituto Democracia e Sustentabilidade) e sócio na Edelweiss Bridges for Business, destacou a necessidade urgente de fortalecer as instituições políticas brasileiras, que ainda enfrentam sérios desafios, especialmente devido às assimetrias de poder presentes no país.

“Para comunicar pautas socioambientais, temos que adaptar a linguagem e as estratégias para alcançar maior eficácia”
Marcos Woortmann
Diretor adjunto do IDS (Instituto
Democracia e Sustentabilidade)
e sócio na Edelweiss Bridges
for Business

Ele falou sobre a importância da participação da sociedade civil na promoção de mudanças e na defesa dos direitos socioambientais e mencionou o papel crucial de redes e coalizões, como o Observatório do Clima, na mobilização social e na influência das políticas públicas.

“É difícil comunicar essas pautas para a população em geral. Temos que adaptar a linguagem e as estratégias para alcançar maior eficácia”.

A discussão também abordou o papel da comunicação na política, com ênfase na importância de uma abordagem não violenta e empática para construir pontes entre diferentes grupos e avançar em causas comuns. Woortmann concluiu que, apesar dos desafios, há motivos para otimismo, desde que a sociedade civil continue engajada e as estratégias de comunicação sejam aprimoradas.

Por um relgov mais diverso e inclusivo

“Profissionais de minorias enfrentam desafios significativos, desde a falta de representatividade até preconceito e assédio no ambiente de trabalho”
Raiane Paulo
Coordenadora legislativa
do Gabinete #AbaReta
e diretora do Coletivo Pretas e Pretos em Relgov

A quarta reunião do Grupo de Trabalho de Tendências e Boas Práticas em Relações Governamentais, no dia 19 de julho, recebeu Raiane Paulo, coordenadora legislativa do Gabinete #AbaReta e diretora do Coletivo Pretas e Pretos em Relgov. O encontro teve como foco a discussão sobre a inclusão, diversidade e representatividade no campo das Relações Institucionais e Governamentais (RIG), abordando as tendências de perfil, habilidades e boas práticas no setor.

 

Raiane Paulo iniciou sua apresentação destacando a importância de promover ambientes de trabalho inclusivos e que valorizem a diversidade. Ela enfatizou a necessidade de institucionalizar os relacionamentos e contatos profissionais, especialmente em um mundo pós-pandemia, onde a comunicação digital se tornou essencial. Segundo Raiane, os profissionais de minorias enfrentam desafios significativos, desde a falta de representatividade até o preconceito e assédio no ambiente de trabalho.

A reunião também destacou a importância da ética, da comunicação clara e da capacidade de negociação como habilidades essenciais para os profissionais de RIG. Embora haja uma maior consciência sobre a diversidade, Raiane Paulo sublinhou que ainda há muito a ser feito para garantir que minorias sejam devidamente representadas e respeitadas em todos os níveis das organizações.

Além disso, foi abordada a necessidade de processos seletivos inclusivos que promovam a diversidade nas equipes e lideranças, de forma que a inclusão não deve ser apenas uma meta, mas uma prática constante nas organizações.

A reunião concluiu com uma reflexão sobre o papel das políticas públicas e das empresas na promoção de um ambiente mais justo e inclusivo, onde a diversidade seja uma realidade e não apenas um discurso. 

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Expediente #03 – Setembro – 2024

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Jornalista Responsável
Luiza Paula Sampaio (MTb 17.043)

Coordenação Editorial
Thomaz D’Addio
Marcela Tulli

Colaboraram nesta edição
Fernando de Moraes
Iolanda Vieira

Suporte
Márcia Rosa e Débora Santos

Conselho Diretor:
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Juliana Marra – Vice-Presidente
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Paulo Homem – Conselho Fiscal
Roberta Rios – Conselho Fiscal
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Carlos Petiz – Conselho Consultivo
Mariana Chaimovich – Conselho Consultivo
Luciano Gollner – Diretor regional do IRELGOV no Espírito Santo
Gustavo Bernard – Diretor regional do IRELGOV em Minas Gerais
Rafael Maia – Diretor Regional do IRELGOV no Estado do Rio de Janeiro

 

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