É prática comum do RelGover precisar defender uma empresa ou setor em agendas que demandem propor ou alterar um projeto de lei. Para isso precisamos buscar algum parlamentar que abrace a pauta, defenda a ideia e seja o empreendedor político da empreitada. Além disso, é preciso dialogar com as lideranças capazes de garantir o resultado da votação, formando um quorum favorável no colegiado onde a proposta for deliberada. Ainda, pra garantir um ambiente favorável para a decisão, precisamos de parlamentares capazes de dialogar com a opinião pública e educar a população em relação ao tema e sua importância. Essa é uma dinâmica com que muitos profissionais se identificam.
Na hora de determinar a estratégia, temos que avaliar quem são os mais influentes para cada papel. Essa avaliação conta com a experiência e conhecimento dos profissionais envolvidos. E justamente por isso encontra desafios relacionados à multiplicidade de variáveis envolvidas, ao volume de informações disponíveis e aos vieses cognitivos que, sim, todos temos. Avaliar influência sempre foi uma tarefa difícil tanto para executivos quanto para acadêmicos. Apesar de todo o esforço acadêmico empreendido até hoje, a literatura sobre influência continua sendo ambígua quanto à generalização de seus resultados. E isso se reflete na dificuldade da sociedade civil em compreender quem, de fato, são os mais influentes do Congresso Nacional.
Foi a partir desse desafio que o Pensar RelGov e a Sigalei se debruçaram durante meses a fim de utilizar um recurso novo para aperfeiçoar essa análise: a inteligência de dados.
Determinar as variáveis relevantes, calibrar seu peso e desenvolver um sistema inteligente que pudesse, em tempo real, demonstrar quais parlamentares tem mais influência nas casas legislativas foi a primeira missão. Em seguida veio o segundo desafio: delimitar em que sentido de influência, pois quando se pergunta quem é o mais influente é preciso especificar qual o objeto da influência.
Tomando como base a capacidade de alterar o resultado de uma empreitada política, como no exemplo que demos no início do texto, percebemos que a influência adquire diferentes perspectivas. Primeiramente vemos que há os parlamentares capazes de determinar o resultado de votações, o placar final, pois são os responsáveis por garantir o apoiamento de seus pares e um quorum positivo nas deliberações. Segundo, há o papel do empreendedor político, que é aquele parlamentar que “põe a proposta debaixo do braço e faz acontecer”, dialogando com outros, construindo consensos e negociando politicamente, inclusive tratando com as lideranças que orientam votos. E por fim há os parlamentares que possuem grande influência para fora da casa legislativa.
“A lógica não é a percepção para dentro, mas para fora do Congresso – são capazes de dialogar com a opinião pública, com a sociedade, colocar os temas no debate público, garantir alcance e apoio social para propostas que estão dentro do Congresso.
Essa visão pragmática nos levou a construir quatro rankings distintos de influência: Liderança; Performance legislativa; Alcance social; e um ranking Geral, onde todas as variáveis são consideradas em conjunto. Os dados agregados levam em consideração toda a atuação do parlamentar durante sua vida política no Congresso e todo o capital político que conseguiram acumular ao longo dos anos.
O resultado traz alguns resultados bastante intuitivos: os presidentes das casas têm uma grande influência em função do cargo que ocupam. “O poder que a cadeira tem é muito grande. Determina, por exemplo, se o presidente da República vai enfrentar um processo de impeachment ou não. E traz ainda outros resultados menos óbvios. No ranking geral, o deputado mais influente atualmente é Osmar Serraglio (PP-PR), que ficou mais popular quando se tornou o relator da CPI dos Correios, que investigou o mensalão. Já entre os senadores, quem lidera o ranking é Paulo Paim (PT-RS). Serraglio e Paim também lideram o ranking de parlamentares mais influentes em Performance legislativa, grupo onde estão os que se empenham para costurar acordos, e não necessariamente aqueles que ficam debatendo no Twitter.
A pesquisa do Pensar Relgov e da Sigalei mensurou a atuação dos 513 deputados e 81 senadores em exercício e gerou um e-book com os 20 mais influentes, até setembro de 2022, em cada uma das 4 categorias: Liderança, Performance legislativa, Alcance social e Geral. A publicação traz ainda artigos dos autores Manoel Santos, Eduardo Galvão, Danilo Oliveira, Beatriz Gagliardo e Ivan
Ervolino.
Outros recortes ainda são possíveis e podem ser customizados, como os mais influentes em saúde, em agronegócio, em tecnologia, etc, com listas inteligentes que atualizam em tempo real os rankings à medida que os parlamentares vão alterando suas variáveis de influência, além de ser possível uma avaliação de todos os 594 parlamentares ativos.
Para baixar gratuitamente basta acessar: www.maisinfluentesdocongresso.com.br.
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