Durante o Congresso de Relações Governamentais – ConRelGov, nos dias 13 e 14 de junho de 2019, no Hotel Grand Mercure Ibirapuera, em São Paulo, foram discutidos os principais e mais relevantes temas que envolvem o diálogo e a articulação da sociedade com o poder público.
Dia 13 de junho:
Abertura – A IMPORTÂNCIA DAS RELAÇÕES GOVERNAMENTAIS NO ATUAL CENÁRIO POLÍTICO-ECONÔMICO
Bruno Perman, presidente do IRELGOV, abriu o evento dando boas-vindas aos participantes e ressaltou a legitimidade da atividade na construção de políticas públicas equilibradas. As atividades do IRELGOV sempre se pautam pela transparência e pela disseminação de informações e interlocução com a sociedade.
Carlos José Santos da Silva (Cajé), presidente do CESA – Centro de Estudos das Sociedades de Advogados, reforçou a legalidade e a legitimidade a atividade de relações governamentais e ressaltou que o lobby não tem qualquer relação com atos de corrupção, que são crimes. Ele defende a obrigatoriedade da agenda de compromissos dos agentes públicos como forma efetiva de coibir delitos e crimes e aumentar a transparência nas relações com o poder público.
“Os profissionais de Rel Gov devem ser persistentes para mudar as relações dos agentes da sociedade com o governo”, recomendou Ricardo Young, presidente do Instituto Ethos. Young comentou que o Congresso é uma iniciativa extremamente importante para o Brasil, pois trará inspiração e insights sobre as relações governamentais.
Palestra – GOVERNANÇA, COMPLIANCE E ACCOUNTABILITY NAS RELAÇÕES PÚBLICO-PRIVADO
“Ninguém conhece melhor o sistema de compliance que vocês [profissionais de relações governamentais]. Vocês sabem no detalhe o que não pode ser feito”, afirmou Benny Spiewak, coordenador da área de compliance e saúde da LEC – Legal, Ethics & Compliance.
Palestra Magma – O DESAFIO DE IMPLANTAR O CICLO VIRTUOSO DE COMBATE À CORRUPÇÃO
“Para implantar um círculo virtuoso no combate à corrupção espera-se que seja feito o lobby, não o ‘shadow lobby’”, afirma Márcio Dennys Pessanha Gonçalves, diretor de prevenção e corrupção da Secretaria de Transparência e Prevenção à Corrupção da Controladoria-Geral da União (CGU). Segundo o diretor, as relações entre a sociedade e o poder público devem ser pautadas pela confiança, ética e transparência, convergindo para os interesses comuns.
Painel de Debates – BOAS PRÁTICAS E DESAFIOS PARA GARANTIR MAIOR EFICIÊNCIA NA GESTÃO PÚBLICA
“Os governos devem adotar métricas para medir a performance da eficiência e eficácia dos serviços públicos. O principal indicador, para todas as áreas públicas, deve ser a qualidade dos serviços”, afirma Gabriel Di Blasi, advogado e conselheiro do IRELGOV. De acordo com Gabriel, ferramentas de gestão da iniciativa privada também podem ser adotadas pelos governos para, além de implementar medidores de performance, melhorias consistentes de eficiência e qualidade dos serviços públicos.
“O papel do gestor público e inovar, transformar as dificuldades em oportunidade”, afirma Fillippo Scelza, subsecretário de cooperação com o setor tecnológico e iniciativo da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro. Scelza conta que o governo tem adotado uma atitude proativa para se aproximar com as empresas e iniciativa privada como um todo para discutir e construir uma agenda pública conjunta.
Painel de Debates – COMO ESTRUTURAR UMA ÁREA DE RELAÇÕES GOVERNAMENTAIS
“As características das relações governamentais das organizações devem se adequar ao momento do negócio da empresa”, afirma Arthur Dominique Liacre, vice-presidente de public affairs e sustentabilidade Brasil da Mosaic.
O perfil dos integrantes da área é diverso, completa Suelma Rosa, diretora de relações governamentais da Dow.
O perfil do profissional vai variar de acordo com a agenda que está sendo desenvolvida pela empresa naquele momento. No processo de implementação de uma nova área, para as empresas pequenas e que não têm nenhuma experiência e conhecimento, consultorias e parcerias são alternativas, diz Gustavo Carneiro, coordenador da Frente Parlamentar da Agropecuária.
O painel foi mediado por Juliana Celuppi, diretora de relações institucionais do IRELGOV e diretora do Radar Governamental.
Painel de Debates – KPI’S: COMO AVALIAR O IMPACTO DO TRABALHO DE RELAÇÕES GOVERNAMENTAIS
A medição de resultados e impactos do trabalho de relações governamentais é uma das questões que mais gera dúvidas entre os profissionais da área. Muitas variáveis são difíceis de medir e sua avaliação, em grande parte, é subjetiva.
Não existe padrão único na adoção de métricas, pois a realidade e estratégias de cada empresa são distintas. Apesar dessas dificuldades e diferenças, a recomendação de Eduardo Galvão, fundador do Pensar RelGov e professor do Ibmec, e Michel Neil, sócio-diretor da Patri Políticas Publicas, é que as KPI’s sejam as mais simples possíveis.
O painel foi mediado por Suelma Rosa, vice-presidente do IRELGOV.
Painel de Debates – A IMPORTÂNCIA DA REPUTAÇÃO PARA O FUTURO DO SETOR
Os lobistas precisam fazer lobby do lobby! Parece uma frase circular retórica, mas faz muito sentido para os profissionais de relações governamentais brasileiros. O setor precisa se mobilizar de forma organizada para mudar a reputação da atividade do lobby, independentemente da regulamentação da atividade ou da mudança do nome para relações institucionais e governamentais (RIG).
Essa foi uma das colocações do painel sobre a reputação, que teve participação de Fabio Rua, diretor de relações governamentais e políticas públicas da IBM America Latina, Cátilo Cândido, presidente da Abralatas, e Andréa Gozetto, coordenadora académica do curso de MBA da FGV.
Um dos pontos que precisam ser melhorados nas ações de lobby é a comunicação.
Este painel encerrou o primeiro dia do ConRelGov, congresso promovido pela Blueprintt e correalizado pelo IRELGOV.
Veja as fotos do dia:
Fotos: evostudiofotografia