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DIÁLOGOS IRELGOV | 2022 - Edição 2 - Junho
de performance social e ambiental e receberam
Entre alguns exemplos, destaca-se uma das
maiores empresas B do mundo, a brasileira
Natura &Co, que atua em mais 100 países como
uma grande plataforma de impacto positivo.
Pioneira na contabilidade integrada, a empresa
publica seus resultados incorporando o impacto
social e ambiental em seu balanço. A lógica de
renda nas comunidades onde atua sem a neces
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sidade de extração predatória.
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quenas e médias. O Brasil tem se destacado pela
adoção de grandes empresas. Entre elas estão
Movida, ClearSale, Cia Hering, Reserva, Mãe
Terra e Danone Brasil. Outras assumiram pública
e concretamente o compromisso, como Gerdau
e Magalu.
É importante destacar que todas as Empresas B
são exigidas a alterar seu contrato ou estatuto
dos administradores com a geração de impacto
positivo e a consideração dos stakeholders na
decisão de curto e longo prazo. Tudo isso passa
a ser o “melhor interesse da companhia”. O que
global com a visão de criar um sistema econômi
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co inclusivo, equitativo e regenerativo para to-
das as pessoas e para o planeta. As Empresas B
têm contribuído para isso ao mostrarem ser pos
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sível fazer mais, melhor e, sobretudo, diferente.
Brasil, o movimento chegou a 240 Empresas B
de gestão de impacto. Ao mesmo tempo, o Mapa
de Empresas do Ministério da Economia aponta
que são mais de 19 milhões de negócios no país.
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tarem como Empresas B, precisamos, portanto,
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segmento econômico. Para isso, desde 2010, o
B Lab atua pela proposta legislativa conhecida
já foi aprovado em mais de 40 estados america
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nos e diversos países, incluindo Itália, Canadá,
Colômbia, Equador, Peru, Uruguai e Panamá. No
Brasil, a proposta tramita no Senado Federal por
meio do PL 3284/2021 de autoria do senador
Rodrigo Cunha. A autorregulamentação é outra
forma de incidir na mudança das regras do jogo.
O B Lab e Sistema B também têm atuado com
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mover uma mudança de comportamento no co-
ração do mercado de capitais.
Uma das propostas é a criação de um novo index
com empresas que adotem três práticas: (i) alte
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ração do estatuto social para incorporar a lingua-
gem legal do Sistema B; (ii) criação de espaços na
governança que considerem os stakeholders na
decisão, como um comitê de stakeholders ou até
mesmo a co-participação, quando colaboradores
ou membros da comunidade passam a ser parte
do Conselho de Administração; (iiI) adotem uma
ferramenta de terceira parte e independente
para medir, gerenciar e reportar seu impacto.
esses compromissos ajudariam os investidores
com capital alocado em ESG, acelerando a tran
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sição do mercado para a nova economia.
É fundamental, portanto, criar infraestrutura
para a governança de stakeholders, como as prá
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ticas mencionadas acima para não se esvaziar o
conceito e dar espaço para um novo tipo de gre
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enwashing. Ao instrumentalizar de forma con-
creta e clara gestores e investidores para uma
nova forma de fazer negócio, um novo capita
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lismo que usa a força do mercado para reduzir
desigualdades e enfrentar a urgência climática
passa a ser a maior potência que temos.
ARTIGO