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DIÁLOGOS IRELGOV | 2023 - EDIÇÃO 02 - JUNHO
zenamento de Carbono e Diretrizes para
a expansão do Biogás, entre outras.
Essas proposições tramitam e avançam
no Congresso Nacional por meio do de
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bate especializado e da atuação con-
junta do setor. Podemos destacar, por
exemplo, a atuação da Frente Parlamen
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tar de Recursos Naturais e Energia (Fren-
te de Energia), considerada um exemplo
de organização no Congresso Nacional
e que, por meio de seus parlamentares
especializados, atua para o avanço das
principais proposições setoriais.
A atuação em conjunto por meio da
Frente de Energia, que recebe o supor
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te independente do Instituto Brasileiro
de Transição Energética (INTÉ), onde as
associações de classe podem discutir os
principais temas e proposições relevan
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tes, tem como resultado o avanço das
pautas essenciais para a transição ener
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gética nacional, além de colocar a temá-
tica no centro do debate público, por
meio de eventos setoriais.
contato com os principais stakeholders
do setor provou ser essencial, já que a
área é extremamente técnica e regula
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da, com constantes mudanças e edição
de resoluções, decretos, projetos de lei
e decisões de agências reguladoras com
enorme impacto no segmento.
Podemos citar alguns exemplos: em ja
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neiro de 2022, o Ministério de Minas e
Energia editou decreto que regulamen
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ta a autorização do direito de uso de
bens da União em espaços físicos loca
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lizados em águas interiores e o aprovei-
tamento dos recursos naturais na Zona
Econômica Exclusiva e na plataforma
continental, para geração de energia
elétrica oshore.
Também em 2022, foi aberta consulta
pública para tratar das normas e proce
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dimentos complementares relativos à
cessão de uso onerosa para exploração
de energia oshore, também no âmbito
do Ministério de Minas e Energia.
As iniciativas são válidas e servem tam
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bém para que todo o setor participe da
regulamentação dos temas no Poder
Executivo. Entretanto, um marco regu
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latório robusto e seguro, discutido no
Congresso Nacional, e com a participa
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ção de todos os players, gerará a segu-
rança necessária para que o enorme po-
tencial do Brasil na transição energética
seja aproveitado de forma satisfatória.
O momento é positivo para o avanço
das proposições que tratam das diferen
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tes vertentes no contexto das energias
renováveis. O debate especializado e o
constante contato com parlamentares e
com os diversos stakeholders do Poder
Público farão com que cada uma das te
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máticas mencionadas leve o país para o
cenário ideal de transição energética.
Os benefícios para a sociedade são cla
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ros e positivos, com um enorme poten-
cial para investimentos no país. O Setor
de Energia deve continuar dialogando
com o Congresso Nacional para avan
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çar com os marcos regulatórios neces-
sários e essenciais para o país. As ex-
pectativas são favoráveis e a discussão
segue avançando.
ARTIGO
Bruno Perman é advogado, especializado em Direito Administrativo Público, Regulatório e em Relações Governamentais,
com MBA em Economia e Relações Governamentais pela FGV e doutorando pela Universidade de Bordeaux; sócio fun
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dador do Escritório Perman Advogados Associados e ex-presidente do Instituto de Relações Governamentais (IRELGOV)
Alexandre Leoratti é consultor de Relações Governamentais do Instituto Brasileiro de Transição Energética (INTÉ),
entidade responsável pelos trabalhos da Frente Parlamentar de Recursos Naturais e Energia. Consultor do Perman
Advogados Associados, é jornalista especializado em Relações Institucionais e Governamentais e em Comunicação
Política Estratégica